“Sabor chocolate” não é chocolate: entenda a diferença e os impactos para a saúde

Close-up shot of unrecognizable man wearing yellow T-shirt biting chocolate bar while standing against white background

Produtos com a expressão “sabor chocolate” nas embalagens estão cada vez mais comuns nas prateleiras, mas é importante que o consumidor saiba: eles não são, de fato, chocolate. A nutricionista Anete Mecenas, doutora em Bioquímica e coordenadora da pós-graduação em Nutrição da Estácio, explica que, no Brasil, para um produto ser legalmente chamado de chocolate, precisa conter no mínimo 25% de sólidos de cacau. “Sem isso, o produto não pode receber esse nome e, por isso, surge a necessidade de utilizar na embalagem o termo ‘sabor chocolate’, indicando que aquele alimento apenas lembra o sabor”, alerta.

De acordo com a especialista, os alimentos “sabor chocolate” geralmente usam ingredientes mais baratos, como gorduras vegetais no lugar da manteiga de cacau, corantes e aromatizantes, além de conterem pouco ou nenhum cacau verdadeiro. “É o que vemos, por exemplo, em coberturas de bolinhos, biscoitos recheados e sorvetes. Eles têm muito mais gordura, açúcar e aditivos do que cacau”, afirma. Ela também chama a atenção para a diferença de processos industriais, como conchagem e temperagem, que garantem qualidade ao chocolate e são geralmente dispensados nos produtos imitativos.

Apesar do preço mais acessível, Anete ressalta que os produtos com “sabor chocolate” não oferecem os mesmos benefícios do chocolate de verdade, como os antioxidantes naturais do cacau. “Embora sejam mais acessíveis no preço, esses produtos costumam ter alta quantidade de gordura de má qualidade, açúcar e aditivos químicos”, diz. A nutricionista orienta: “Olhar o rótulo é um ato de autocuidado e segurança alimentar. O primeiro item da lista de ingredientes é o que está em maior quantidade. Muitas vezes, o cacau aparece só no final, o que significa que tem muito pouco dele na composição.”

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