
Os cardeais da Igreja Católica se reuniram nesta segunda-feira (28) pela primeira vez após o funeral do Papa Francisco para discutir a definição da data de início do conclave que elegerá o novo líder da Igreja. A Capela Sistina, onde ocorrerá a votação, foi fechada ao público para os preparativos. A expectativa é que o conclave não comece antes de 6 de maio, e uma decisão sobre o calendário poderá ser anunciada ainda hoje.
O cardeal sueco Anders Arborelius afirmou que o processo pode demorar mais do que os últimos conclaves, realizados em dois dias, já que muitos cardeais nomeados por Francisco vêm de regiões sem tradição no colégio cardinalício, como Mianmar, Haiti e Ruanda, e ainda não se conhecem pessoalmente. Cerca de 135 cardeais com menos de 80 anos terão direito a voto. Francisco, que foi o primeiro papa latino-americano, morreu no último dia 21 de abril, aos 88 anos. Seu funeral e a procissão até a Basílica de Santa Maria Maggiore reuniram mais de 400 mil pessoas em Roma.
O cardeal alemão Walter Kasper destacou que a grande participação popular no funeral sinaliza o desejo de continuidade do estilo reformista de Francisco. “O Povo de Deus votou com os pés”, afirmou Kasper, que, aos 92 anos, não participará do conclave. Apesar desse sentimento, cardeais conservadores devem defender a eleição de um pontífice mais alinhado à reafirmação das tradições e menos à abertura promovida pelo último papa.
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