
O aumento da expectativa de vida no Brasil exige atenção redobrada à qualidade dessa longevidade. Segundo o Censo 2022 do IBGE, 10,9% da população brasileira tem 65 anos ou mais, e a previsão é que esse percentual chegue a 25,5% até 2060. Nesse contexto, a saúde bucal desponta como fator decisivo para o envelhecimento saudável. “O que começa na boca não fica só na boca. Infecções periodontais, por exemplo, podem desencadear ou agravar problemas cardiovasculares, diabetes e até quadros de comprometimento cognitivo”, alerta o cirurgião-dentista Juliano Borelli, especialista em implantodontia.
O especialista destaca ainda que a mastigação deficiente compromete o processo digestivo, afetando desde a absorção de nutrientes até a função imunológica. “Perder dentes não faz parte do envelhecimento fisiológico. Faz parte, sim, da negligência com a saúde bucal. E isso cobra um preço alto na saúde geral”, enfatiza Borelli. Ele também lembra que estudos associam a perda dentária ao aumento do risco de demências, como o Alzheimer: “Mastigar ativa regiões cerebrais ligadas à memória, à atenção e à cognição. Quando esse estímulo desaparece, há um declínio progressivo dessas funções”.
Borelli ressalta que os avanços na odontologia permitem intervenções eficazes para restaurar a saúde bucal e, consequentemente, a saúde geral. “O que fazemos não é apenas colocar dentes. É restaurar a capacidade mastigatória, promover saúde sistêmica e ajudar nossos pacientes a viverem mais e melhor”. Para ele, a saúde bucal precisa ser entendida como um dos pilares da longevidade ativa: “Sorrir faz parte da vida, mas mastigar bem é parte essencial de viver com saúde”.