
Os partidos União Brasil e Progressistas (PP) oficializaram, ontem (29), a criação da federação partidária batizada como União Progressista. O anúncio foi feito em ato realizado no Salão Negro do Congresso Nacional, com a presença de lideranças das duas siglas. A nova federação será registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e deverá valer já para as eleições de 2026, reunindo a maior bancada da Câmara dos Deputados, o maior número de prefeitos e as maiores fatias dos fundos partidário e eleitoral.
O lançamento do grupo ocorreu com discursos que sinalizam um alinhamento à direita e críticas veladas ao governo Lula. Embora União Brasil e PP comandem juntos quatro ministérios, a nova federação recebeu apoio de lideranças bolsonaristas, como o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e o líder da sigla na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ). Os presidentes das duas legendas, Ciro Nogueira (PP) e Antônio Rueda (União), assumirão inicialmente a co-presidência da federação e buscam aproximação com o ex-presidente Jair Bolsonaro para as eleições presidenciais. Em comunicado, as siglas anunciaram que, juntas, somam 109 deputados federais, 14 senadores e quatro governadores.
Apesar disso, o evento também contou com integrantes das alas governistas dos dois partidos, como os ministros André Fufuca (Esporte) e Celso Sabino (Turismo), que não se pronunciaram durante a cerimônia. Representantes de outras siglas, como o Republicanos, também marcaram presença. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), declarou apoio institucional à federação, mesmo após seu partido ter recusado integrar formalmente a aliança. “Nosso partido, o Republicanos, é parceiro e também se coloca, como o Progressistas e o União Brasil, como um partido de centro-direita”, afirmou.
Já o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), afirmou que as divergências internas nas siglas são parte do processo democrático. “O caminho do equilíbrio, da ponderação, do diálogo e do entendimento é o que faz um país do tamanho do Brasil seguir em frente. Com tantas dificuldades e peculiaridades, visando o bem comum, sai hoje a federação Progressistas e União Brasil”, declarou.